Somos seres sociais e, por isso, precisamos do contacto e das relações com os outros para nos sentirmos bem. Quando esta nossa necessidade não é satisfeita, sentimo-nos sós.
Solidão não é sinónimo de estar sozinho. Podemos escolher estar sozinhos e sermos muito felizes (solitude). Mas também podemos estar rodeados de pessoas e, mesmo assim, sentirmo-nos sozinhos, sem percebermos porquê.
Podemos sentir-nos sós devido às nossas circunstâncias pessoais (após uma separação ou divórcio, quando o nosso trabalho e compromissos não nos deixam espaço para a vida social, após a reforma ou a vivência de um acontecimento traumático). Mas às vezes o sentimento de solidão é mais profundo, constante, vem de dentro de nós e não desaparece por muitos amigos que tenhamos. Podemos sentir que não existe ninguém na nossa vida com quem possamos partilhar os nossos sentimentos e vivências.
As pessoas que experienciam solidão têm tendência para ter uma baixa auto-estima, dificuldades em dormir e sentirem-se mais stressadas. Às vezes, o sentimento de solidão é tão esmagador que nos pode levar a ter pensamentos suicidas.
Quando nos sentimos sozinhos podemos tentar passar o máximo de tempo possível com outras pessoas ou, pelo contrário, podemos tentar esconder-nos do mundo.
A solidão pode ter um grande impacto na nossa saúde mental: pode contribuir para o desenvolvimento de um problema de saúde mental (como ansiedade, depressão ou adições) e as pessoas que têm um problema de saúde mental podem sentir-se sós (devido ao estigma ou à discriminação, por exemplo).
Fonte: Eu Sinto-me (OPP)
Se quer conhecer, de forma mais concreta, o seu nível (auto-percebido) de solidão, experimente preencher os 20 itens da Escala de Solidão da UCLA (do Dr. Daniel Russell).
Escala: 1 = Nunca ; 2 = Raramente; 3 = Algumas Vezes; 4 = Sempre
- Com que frequência se sente em sintonia com as pessoas à sua volta?
- Com que frequência sente falta de companhia?
- Com que frequência sente que não tem ninguém com quem possa contar?
- Com que frequência se sente sozinho(a)?
- Com que frequência sente que faz parte de um grupo de amigos?
- Com que frequência sente que tem muito em comum com as pessoas a rodeiam?
- Com que frequência sente que já não é próximo de alguém?
- Com que frequência sente que os seus interesses e ideias não são partilhados pelas pessoas que a rodeiam?
- Com que frequência se sente extrovertido e amigável?
- Com que frequência se sente próximo de pessoas?
- Com que frequência se sente excluído(a)?
- Com que frequência sente que a sua relação com outros não é significativa?
- Com que frequência sente que ninguém o(a) conhece realmente bem?
- Com que frequência se sente isolado(a) dos outros?
- Com que frequência sente que consegue encontrar companhia quando quer?
- Com que frequência sente que existem pessoas que realmente o(a) compreendem?
- Com que frequência se sente envergonhado(a)?
- Com que frequência sente que as pessoas estão perto de si mas não estão consigo?
- Com que frequência sente que existem pessoas com quem pode conversar?
- Com que frequência sente que existem pessoas com quem pode contar?
Cotação da escala total: somar o valor atribuído a cada item.
- Se a sua pontuação somou 20 ou menos: A solidão não é um problema para si nem um risco para a sua saúde
- Se a sua pontuação somou 25 ou mais: Sinais de solidão (vazio, isolamento); alguns sintomas de mal-estar
- Se a sua pontuação somou 30 ou mais: Solidão com sentimentos de desamparo, elevado risco de doença